Uma norte-americana de 57 anos diz ter sido estuprada por um funcionário de um hotel localizado na Avenida Paulista, região central de São Paulo. O caso teria acontecido no dia 27 de setembro de 2024, último dia de um evento corporativo do qual ela participava.
A história, no entanto, veio à tona nesta semana. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou, nesta quarta-feira (22/10), que o crime foi registrado como estupro e investigado pela 1ª Delegacia da Defesa da Mulher (DDM). O inquérito foi finalizado e encaminhado para a Justiça, que aceitou a denúncia. Agora, uma audiência de instrução foi marcada para o dia 27 de janeiro de 2026.
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Segundo a defesa da vítima, o processo traz laudo com testemunhas que dizem que a mulher acionou os amigos dizendo que havia sido estuprada. Além disso, o documento apontaria a presença de espermatozoide no ânus e na vagina da vítima, assim como a existência de hematomas que indicariam uma luta corporal. A advogada da mulher diz que “pelo menos um apertão” aconteceu nos sete minutos.
Uma segunda advogada da vítima contou que irá aguardar o resultado da primeira audiência para ingressar com um pedido de indenização por danos morais e materiais para a cliente. Segundo Roberta Marcondes, a vítima precisou ir a hospitais e fazer tratamentos no seu país natal, o que custou entre 65 e 75 mil dólares.
A primeira ideia é pedir o ressarcimento do valor em danos materiais e também em danos morais, totalizando 150 mil dólares. A advogada Roberta contou ao Metrópoles que chegou a negociar um acordo com a equipe de advogados do hotel, mas que não obteve êxito. Apesar disso, disse acreditar que as partes poderão chegar a um acordo na esfera civil, com o objetivo de evitar maior exposição da vítima.
A equipe de defesa da mulher ainda não descarta entrar com um processo civil nos Estados Unidos. O grupo alega que a cliente é cidadã americana e no país norte-americano indenizações por danos morais costumam ser maiores que as estipuladas no Brasil.
O crime
Segundo outra advogada da vítima, o crime teria ocorrido dentro do quarto do hotel. Na última noite de estadia no Brasil, a norte-americana preferiu permanecer no quarto e pediu uma garrafa de vinho.
Como não fala português, ela tentou fazer o pedido por telefone, sem sucesso. Em seguida, desceu até o saguão, onde foi atendida por um funcionário de 19 anos. O jovem se ofereceu para levar o vinho até o quarto e subiu com a hóspede para abrir a garrafa.
De acordo com o relato, ele permaneceu cerca de sete minutos no local. Nesse período, a mulher teria resistido às investidas do rapaz, dizendo “não” repetidas vezes. Após o abuso, conseguiu ligar para um amigo e relatou ter sido estuprada, pedindo ajuda por não conseguir se comunicar em português.
A polícia foi acionada, mas o suspeito fugiu antes da chegada da equipe. A turista foi levada à delegacia, onde passou pelos procedimentos de praxe. A defesa afirma que o acusado não compareceu durante o inquérito, apresentando-se apenas com o início da ação penal.
A versão é contestada pelo advogado do funcionário, Gabriel Constantino. Em nota, ele disse que o cliente “desde o princípio se colocou à disposição das autoridades” e vem cumprindo todas as determinações judiciais. A defesa acrescenta ter “plena convicção na inocência” do réu e cita elementos do processo que apontariam consensualidade e “contradições significativas nos depoimentos” da vítima.