O Ovo de Inverno, um dos maiores símbolos do luxo e da arte joalheira da Rússia Imperial, volta a chamar a atenção do mundo. Mais de 40 anos depois, a casa Christie’s anuncia que o ovo retornará a leilão em 2 de dezembro, em Londres.
Criado em 1913 pelo lendário ateliê Fabergé, o ovo foi encomendado pelo czar Nicolau II como presente de Páscoa para sua mãe, a imperatriz Maria Feodorovna. Desde então, tornou-se um ícone de requinte e mistério – um verdadeiro tesouro da história europeia.
A peça, que mede pouco mais de 14 centímetros, é esculpida em cristal de rocha translúcido, com gravações que imitam a textura do gelo. Sobre sua superfície repousam flocos de neve em platina, cravejados com diamantes lapidados em rosa. A base, também de cristal e platina, foi talhada para parecer um bloco de gelo derretendo, como se o Ovo estivesse prestes a se dissolver com a chegada da primavera.
Para os colecionadores interessados na peça, o Ovo volta aos holofotes como uma joia que representa a riqueza e a genialidade da joalheria russa, fabricado em uma época que não existe mais. A expectativa é de que o valor dos lances para Ovo de Inverno ultrapasse R$ 145 milhões.
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Ao ser aberto, o ovo revela a tradicional “surpresa” que se tornou marca registrada das criações imperiais de Fabergé. No interior, há uma pequena cesta de platina coberta de diamantes e repleta de flores esculpidas em quartzo branco, folhas de nefrita e hastes de ouro. O conjunto está sobre uma base que imita musgo natural, em ouro gravado à mão. Detalhes que tornaram Fabergé sinônimo de perfeição artesanal.
O projeto foi assinado por Alma Thérèsia Pihl, uma das poucas mulheres designers do ateliê. A história conta que ela se inspirou nos desenhos formados pela geada na janela de seu estúdio em São Petersburgo e traduziu a beleza do inverno em uma joia de significado simbólico.
Ovo de Inverno foi projetado por Alma Theresia Pihl, mestre de obras Albert Holmström, São Petersburgo, 1913
Com o fim da monarquia russa e a Revolução de 1917, o destino do Ovo de Inverno foi incerto. Sabe-se que foi confiscado pelo governo soviético e, anos depois, vendido a valores irrisórios. Reapareceu em Londres e, entre 1975 e 1994, desapareceu completamente do mercado de arte.
Apenas 50 ovos imperiais foram criados por Fabergé, e poucos sobreviveram ao caos político e às guerras do século 20. Hoje, grande parte está em museus ou coleções particulares, o que torna cada aparição pública um evento.
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