Larry Ellison, o bilionário visionário por trás da Oracle, não está satisfeito em apenas ter moldado a tecnologia nas últimas quatro décadas. Agora, com um investimento audacioso de 1 bilhão de libras, ele pretende redefinir o futuro da inovação global. O palco escolhido para essa transformação não é a Califórnia, mas sim a histórica cidade de Oxford, na Inglaterra.
O projeto monumental é o Ellison Institute of Technology (EIT), um campus de 28 mil m² com previsão de entrega para 2027. A iniciativa busca criar um ecossistema que integra pesquisa médica de ponta, oncologia, inteligência artificial aplicada à governança, agricultura sustentável e energia limpa. A ambição é clara: transformar a tradicional excelência acadêmica de Oxford em uma nova e vibrante potência tecnológica, um “Vale do Silício com sotaque britânico”.
Mais do que apenas construir prédios futuristas, Ellison está movendo talentos e recursos. Profissionais da Califórnia já estão de malas prontas para a Inglaterra, mas o foco principal é recrutar mentes brilhantes diretamente da Universidade de Oxford. O plano inclui a oferta anual de 20 bolsas de estudo internacionais, formando uma nova geração de líderes preparados para solucionar os maiores desafios da humanidade.
O EIT foi projetado para ser uma aceleradora de descobertas, impulsionando desde novos medicamentos e avanços em engenharia genética para combater a fome até soluções inovadoras em energia limpa. A proposta é unir ciência de vanguarda com impacto real e em escala global.
Filantropia 2.0 ou Estratégia de Poder?
A relação de Ellison com a filantropia sempre foi complexa. Embora tenha assinado o Giving Pledge em 2010, comprometendo-se a doar a maior parte de sua fortuna, seu discurso mudou. Alinhado a pensadores como Marc Andreessen, ele agora defende que a própria inovação de mercado é uma forma poderosa de filantropia.
O instituto não terá fins lucrativos, mas sua missão inclui explicitamente a criação de empresas comerciais voltadas para o bem público. É um modelo que seu amigo Elon Musk chama de “filantropia 2.0”, onde negócios como Tesla e SpaceX geram tanto lucro quanto impacto social positivo.
De uma origem humilde e sem ter concluído a faculdade, Ellison construiu o império da Oracle a partir de uma ideia de banco de dados que a IBM subestimou. Hoje, ele se posiciona não apenas como um gigante da tecnologia, mas como um arquiteto do futuro, conectando mercado, academia e política.
Se Oxford se tornará o novo epicentro da inovação mundial, só o tempo dirá. Contudo, uma coisa é certa: quando uma das pessoas mais ricas e influentes do planeta decide redesenhar o mapa da tecnologia, o mundo inteiro para e observa.