A B3, a gigante por trás da bolsa de valores do Brasil, acaba de realizar um movimento estratégico audacioso, consolidando sua posição para além do tradicional mercado de ações. Em uma transação de R$ 37 milhões, a companhia adquiriu o controle majoritário de 62% da Shipay, uma inovadora fintech de meios de pagamento. Mas o que está por trás dessa aquisição? A resposta aponta para o futuro do crédito no país.
Com essa manobra, a B3 não está apenas comprando uma empresa, mas sim investindo em uma infraestrutura robusta para se tornar uma peça-chave na jornada de crédito nacional, com um foco especial no promissor mercado de duplicatas escriturais. Este é um passo calculado em sua estratégia de diversificação, buscando novas e robustas fontes de receita.
Fundada em 2020 por veteranos do mercado como Luiz Coimbra e Charles Hagler, e com o apoio de investidores de peso como Laércio Cosentino (fundador da TOTVS), a Shipay se destacou por integrar diversas soluções de pagamento digital em sistemas de frente de caixa, e-commerce e ERPs. Agora, sob o guarda-chuva da B3, seu potencial será amplificado.
A grande aposta está na digitalização das duplicatas, títulos de crédito amplamente utilizados por empresas. A transição do papel para o formato eletrônico, prevista para ganhar força a partir de 2026, promete democratizar e agilizar o acesso ao crédito. Ao registrar e controlar esses títulos digitalmente, a B3, através da tecnologia da Shipay, estará no centro de um ecossistema mais transparente, seguro e eficiente.
Este acordo, que prevê a aquisição total da fintech até 2030 mediante o cumprimento de metas, sinaliza uma transformação profunda, mostrando que a inovação no mercado financeiro está apenas começando.