Você entra em uma loja, escolhe uma camisa. Acha que foi você quem a escolheu? E se eu te dissesse que, muito antes de você pensar nela, um algoritmo já sabia que aquela peça era a sua cara? Parece ficção científica, mas é a realidade cotidiana da Aramis, a marca brasileira que parou de olhar para tecidos e começou a decifrar pessoas.
Em um movimento audacioso, a Aramis rasgou o manual de regras da moda masculina. Liderada pela visão inquieta do CEO Richard Stad, a empresa mergulhou de cabeça na tecnologia, não como um acessório, mas como o coração pulsante do seu negócio. O resultado? Uma fashion-tech que não apenas vende roupas, mas antecipa desejos.
Imagine um gigantesco “lago” digital onde cada interação, cada compra e cada “quase compra” de mais de um milhão de clientes é cuidadosamente armazenada. Esse é o data lake da Aramis. Mas a verdadeira mágica acontece quando a inteligência artificial e o machine learning mergulham nessas águas.
Os algoritmos analisam padrões que seriam invisíveis aos olhos humanos. Eles não só preveem quais cores, cortes e estilos serão os próximos sucessos de venda, mas também orquestram a produção e a distribuição. O resultado prático? Uma redução drástica no pesadelo de todo varejista: o estoque encalhado. As coleções já nascem com a certeza da demanda.
Quem nunca desistiu de uma compra na loja física? Na maioria das vezes, esse cliente está perdido para sempre. Na Aramis, ele é uma oportunidade.
Graças a uma poderosa Plataforma de Dados de Clientes (CDP), a empresa consegue um feito impressionante: se um cliente experimenta uma peça e não leva, o sistema identifica essa oportunidade. Pouco tempo depois, esse mesmo cliente pode receber uma mensagem personalizada via WhatsApp, com um link direto para o produto, talvez com um benefício especial. A estratégia é tão eficaz que já recupera 15% das vendas que teriam sido abandonadas. É a tecnologia transformando um “não” em um “sim”.
A revolução não ficou restrita aos servidores da empresa. A equipe de vendas foi requalificada. Hoje, os vendedores da Aramis são verdadeiros consultores, munidos de dados sobre as preferências e o histórico de cada cliente. A abordagem deixa de ser genérica e se torna uma curadoria pessoal.
A inteligência artificial auxilia em tudo: desde sugerir combinações no provador virtual até gerenciar a carteira de clientes, garantindo que cada um receba a atenção que merece, no momento certo.
A Aramis prova que o futuro do varejo não é sobre escolher entre o físico e o digital, mas sobre fundir os dois de forma inteligente. Eles não estão apenas vendendo roupas; estão construindo o futuro da moda, um algoritmo de cada vez. E, ao que tudo indica, o futuro lhes cai muito bem.