“No início do ano, tínhamos como bastante desafiadora a manutenção dos volumes de 2024 nas ofertas de renda fixa, então é muito positivo termos um janeiro a setembro num patamar ainda mais elevado, mostra maturidade em termos de volume e uma mudança de patamar que parece estrutural, que veio para ficar”, diz César Mindof, diretor da Anbima.
As debêntures seguem como o principal instrumento de captação, com volume de R$ 317,59 bilhões no ano até setembro, leve alta de 0,63%. A novidade é a participação recorde das debêntures incentivadas, que agora representam 36% do volume total emitido via debêntures. De janeiro a setembro de 2019, elas tinham peso de apenas 13%.
O setor de energia elétrica foi o principal responsável pela emissão de debêntures no ano, com volume total de R$ 78 bilhões, seguido por transporte e logística (R$ 55,8 bilhões), setor financeiro (R$ 40,7 bilhões) e saneamento (R$ 27,4 bilhões).
Outro destaque positivo é o crescimento de 22,7% no volume negociado no mercado secundário de debêntures. Nos nove primeiros meses de 2019, o volume do secundário representava 53% das emissões do mercado primário. Hoje, as negociações no secundário já representam 205% do volume do primário. “A força do secundário mostra que estamos no caminho certo e que o mercado vai continuar crescendo e se desenvolvendo”, pontua Mindof.
FIDCs e Notas Comerciais crescem
Além das debêntures, dois outros instrumentos chamam atenção em 2025. Os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) captaram R$ 61,14 bilhões de janeiro a setembro, alta de 16,8% em relação ao ano passado e de 148% na comparação com o mesmo período de 2023.
Já o volume de emissões de Notas Comerciais aumentou 13,50% desde o ano passado, somando R$ 39,26 bilhões.
Para Mindof o crescimento desses instrumentos “é uma sinalização positiva em relação à democratização do mercado de capitais, já que são ativos tipicamente usados por empresas menores para acessar o mercado pela primeira vez”.
Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima, complementa pontuando que “os FIDCs têm o menor volume médio por operação justamente por servirem como porta de entrada ao mercado de capitais”.
Mercado de capitais externo
As emissões de empresas brasileiras no exterior cresceram 65,9% entre janeiro e dezembro na comparação com o ano passado, somando R$ 29,2 bilhões, o maior volume desde 2014. O volume já supera em 45% o valor registrado em todo o ano de 2024.
“Tivemos cenários macroeconômicos aqui e lá fora, na medida em que a preocupação com juros e inflação arrefeceu, os emissores mantiveram o acesso ao mercado internacional”, explica Maranhão.
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