Por que estamos vivendo mais, mas poupando menos para o futuro? Veja explicaçõe
E se depender do bolso dos pais solteiros e dos avós, esse investimento começa cedo. Segundo dados da Brasilprev, o número de pais solteiros que contratam esse plano aumentou de 30% para 34%, enquanto o de pais solos, que se declaram solteiros, divorciados ou viúvos, subiu de 41% para 44%. Já os avós aumentaram a participação de 13% para 18%, entre 2020 e 2025.
“Temos uma nova geração de avós, que está mais ativa e com maior poder aquisitivo, assumindo um papel importante na garantia financeira do futuro dos netos”, diz Costa.
Marcelo Francisco, de 51 anos, é um exemplo desse movimento. Ele contratou um plano de previdência para o filho, Antônio.
“Acredito que esse investimento é uma maneira de proporcionar liberdade financeira quando ele for adulto, seja para estudar, empreender, viajar ou até mesmo começar a planejar sua aposentadoria”, afirma.
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De olho na educação
Segundo Costa, o maior foco desse tipo de contratação é a educação dos pequenos. “Às vezes, os responsáveis deixam de lado as poupanças pessoais para fazer poupança para o menor. Não sobra muito dinheiro em casa, mas acabam investindo alguma coisa. E essa preocupação é muito liderada por mulheres. Elas representam 52% dos que pagam planos para as crianças na empresa”, diz o executivo.
Esse movimento, segundo o especialista, está ligado ao fato de muitos pais não terem tido acesso à educação de qualidade na infância e, por isso, querem proporcionar oportunidades educacionais e financeiras mais promissoras aos filhos.
O levantamento também revela mudanças no perfil dos contratantes. A faixa etária entre 31 e 40 anos foi a que mais cresceu no período. Entre os beneficiários, o maior crescimento foi registrado na faixa etária de 2 a 5 anos, que passou de 4,5% em 2022 para 10% em 2025.
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Já no recorte por região, a maior adesão aos planos júnior ocorre na região Sudeste, responsável por 43% do total, seguida pelo Nordeste com 22%, Sul com 18%, Centro-Oeste com 11% e Norte com 6%, segundo dados da Brasilprev.
Em nível estadual, São Paulo lidera com 24% dos planos, seguido de Minas Gerais (10%), Rio de Janeiro (7%), Paraná (7%) e Bahia (6%).
Como funciona a previdência para crianças
A previdência para crianças pode ser contratada a partir do momento em que o menor já possui CPF, o que já acontece nos primeiros dias de vida, logo na saída da maternidade.
Henrique Diniz, diretor de produtos de previdência da Icatu Seguros, explica que não há diferença entre a previdência para crianças e para adultos.
A única mudança são as modalidades de contratação: o titular pode ser a própria criança ou a criança pode ser a beneficiária da previdência de um responsável.
“Na primeira modalidade, a criança está fomentando a própria reserva para o futuro. Aos 18 anos, terá a opção de decidir se continua investindo, se faz o resgate total ou usa parte do valor para custear algum objetivo. Já na modalidade em que é beneficiária, o objetivo funciona dentro de um planejamento sucessório, que garante proteção do filho em caso de perda do responsável”, explica Diniz.
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O ideal é planejar conforme o objetivo
O dinheiro acumulado na previdência pode ser utilizado para uma variedade de objetivos de médio e longo prazo, como apoio financeiro para a educação, compra de bens e investimentos na carreira, além da aposentadoria.
Segundo os especialistas, para calcular quanto depositar e por quanto tempo, o ideal é planejar conforme o objetivo.
“A conta pode ser de trás pra frente, a partir do objetivo que você tem”, explica Diniz, da Icatu. Já para Costa, da Brasilprev, se a ideia for acumular recursos para a educação, vale levantar quanto é a mensalidade ou o custo total do curso ou da instituição de ensino desejada. “A partir disso dá para estimar o quanto você precisa contribuir por mês para chegar e ter lá na frente este volume”, aponta.
Os especialistas concordam que quanto mais cedo se começa a investir, maiores os benefícios dos juros compostos e vantagens fiscais, como a tabela regressiva e ausência de cobrança de IOF, tornando o produto vantajoso. Além disso, é uma ótima oportunidade para falar de educação financeira.
“A criança vai vendo o dinheiro crescendo no fundo, entendendo o efeito dos juros e como o valor se transforma ao longo do tempo. Ao mostrar a evolução do saldo, ela percebe que aquele é o seu dinheiro, o que ajuda a criar disciplina e consciência financeira desde cedo”, afirma Diniz.
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