A Netflix registrou uma alta de 17% na receita no terceiro trimestre de 2025, atingindo US$ 11,5 bilhões (R$ 61,9 bilhões, na conversão direta), mas reportou uma margem operacional de 28%, abaixo da projeção de 31,5%.
Em uma carta a investidores, a empresa explicou que o resultado é reflexo de uma “disputa em andamento com as autoridades fiscais brasileiras” que não constava na projeção. “Não esperamos que esse assunto tenha impacto nos resultados futuros”, diz a carta.
A despesa extra foi de US$ 619 milhões (R$ 3,3 bilhões), segundo o balanço divulgado nesta terça-feira (21), e tem relação com autuações de tributos não ligados ao imposto de renda entre 2022 e 2025. O valor foi lançado como custo de receita e reduziu o lucro operacional em mais de cinco pontos percentuais. Cerca de 20% do montante refere-se ao exercício de 2025.
“Não é um imposto específico da Netflix. Nem mesmo é específico do streaming”, disse o diretor financeiro da Netflix, Spence Neumann, na teleconferência de resultados da empresa, segundo reportagem da Times Brasil. “Sem essa despesa, teríamos excedido nossa previsão de lucro operacional e margem operacional para o terceiro trimestre de 2025.”

Investidores da Netflix reagiram…
- Após a divulgação do balanço, as ações da Netflix caíram 7,5% na mínima, para o patamar de US$ 1.147,64 (R$ 6,1 mil), segundo a Bloomberg;
- Agora, a principal preocupação dos investidores é com o potencial risco de vídeos criados por inteligência artificial (IA) e a expansão de plataformas com serviços gratuitos, como YouTube, Roku e Tubi, de acordo com a reportagem;
- Apesar da despesa extraordinária, a empresa registrou lucro líquido de US$ 2,55 bilhões (R$ 13,7 bilhões) e lucro por ação (EPS) de US$ 5,87 (R$ 31,63), crescimento anual de 9%. Em junho, os papéis da companhia de streaming mais valiosa do planeta bateram uma máxima histórica de US$ 1.341,15 (R$ 7,2 mil);
- Por região, a América Latina gerou US$ 1,37 bilhão (R$ 7,3 bilhões) em receita, crescimento de 10% em relação ao ano anterior;
- Nos EUA e Canadá, o crescimento foi de 17% (US$ 5,07 bilhões/27,3 bilhões), enquanto Europa, Oriente Médio e África (US$ 3,7 bilhões/R$ 19,9 bilhões) viram aumentar em 18% o engajamento de assinantes. Já a região Ásia-Pacífico cresceu 21% (US$ 1,37 bilhão/7,3 bilhões) no período.

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A Netflix destacou produções lançadas no terceiro trimestre deste ano que contribuíram para o resultado da empresa, entre elas, a segunda temporada de “Wandinha“, “Bon Appétit, Vossa Majestade” e “Um Maluco no Golfe 2“.
O K-Pop “Demon Hunters” se tornou o filme mais popular da história do streaming, enquanto a luta entre Canelo Álvarez e Terence Crawford tornou-se o evento esportivo masculino mais assistido do século, com 41 milhões de espectadores.
Para o fim do ano, a Netflix diz que vai manter o “bom ritmo” da programação com a última temporada de “Stranger Things“, novas temporadas de “O Diplomata” e “Ninguém Quer“, “Frankenstein” de Guillermo del Toro, “Casa de Dinamite” de Kathryn Bigelow, “Vivo ou Morto: Um Mistério Knives Out” de Rian Johnson, além de mais eventos ao vivo, incluindo os jogos de Natal da temporada de futebol americano da NFL e a luta de boxe entre Jake Paul e Tank Davis.

E a expectativa é que as produções alavanquem a receita para US$ 11,96 bilhões (R$ 64,4 bilhões), alta de 16,7% e margem operacional de 23,9%, sem impactos fiscais. Após registrar o melhor trimestre de vendas publicitárias nos EUA, a empresa estima duplicar a receita com anúncios em 2025.
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