A condenação de Sarkozy encerrou anos de batalhas legais sobre as alegações de que sua campanha de 2007 recebeu milhões em dinheiro do líder líbio Muammar Gaddafi, que mais tarde foi derrubado e morto durante as revoltas da Primavera Árabe.
Trajetória
Filho de um imigrante húngaro e de mãe francesa de origem greco-judaica, Sarkozy cresceu em Paris e formou-se em direito.
Sua carreira começou como prefeito de Neuilly-sur-Seine, um subúrbio rico de Paris, em 1983. Foi ministro do Orçamento e ministro do Interior, cargo em que adotou uma postura dura contra a criminalidade e a imigração ilegal, incluindo a controversa deportação em massa de ciganos.
Durante seu governo, implementou reformas econômicas impopulares, como o aumento da idade mínima para aposentadoria e a flexibilização da jornada de trabalho, além de ter papel ativo na resposta europeia à crise financeira global de 2008.
“Bling-bling”

Sarkozy ficou conhecido por seu estilo de liderança enérgico e por vezes controverso, que lhe rendeu o apelido de “bling-bling”. Sua postura, considerada por muitos como excessivamente exibicionista e pouco tradicional, marcou seu mandato.
Em 2008, durante uma feira agrícola, ele perdeu a paciência com um homem que se recusou a cumprimentá-lo, chegando a chamá-lo de “canalha” em uma expressão rude.
Sua imagem pública também foi reforçada pelo casamento com a cantora Carla Bruni, em 2008, com quem teve uma filha.
No cenário internacional, Sarkozy foi um aliado próximo da chanceler alemã Angela Merkel e admirador do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.
Ele também liderou a intervenção militar francesa na Líbia em 2011, que contribuiu para a queda de Gaddafi, embora o país tenha mergulhado em conflitos internos posteriormente.
Julgamentos

Desde a derrota para o socialista François Hollande nas eleições de 2012, a reputação de Sarkozy tem sido abalada por investigações criminais.
No ano passado, a mais alta corte da França manteve uma condenação por corrupção e tráfico de influência, ordenando que ele usasse uma tornozeleira eletrônica por um ano, a primeira para um ex-chefe de Estado francês.
Também no ano passado, um tribunal de apelações confirmou uma condenação separada por financiamento ilegal de campanha por causa de sua candidatura fracassada à reeleição em 2012. Espera-se uma decisão final da mais alta corte da França sobre esse caso no próximo mês.
Em setembro, Sarkozy foi considerado culpado de conspiração criminosa e condenado a cinco anos de prisão por esforços de assessores próximos para obter recursos da Líbia para sua candidatura presidencial de 2007, durante o governo do falecido ditador Muammar Gaddafi.
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