A diversificação dos contratos futuros negociados na B3 ganhou força com a chegada de ativos como Ethereum, Solana, ouro e euro-dólar. Para os traders Lucas Azevedo e José Mograbi, convidados do episódio 72 do programa GainDelas no canal GainCast, a iniciativa amplia as oportunidades no mercado, mas exige discernimento e responsabilidade — especialmente de quem está começando.
“Quando você fala desses novos contratos, a B3 está vindo para revolucionar, está vindo para trazer mais oportunidades pra gente, mais opções”, afirma Azevedo, que enxerga o movimento como um passo relevante para fortalecer a liquidez e reduzir a dependência de ciclos específicos de ativos como índice e dólar.
Especialista em índice futuro, Mograbi tem uma leitura mais conservadora. “A gente sempre ansiou muito que a B3 tivesse iniciativa de lançar novos produtos. Eu particularmente achava moroso todo o processo, mas parece que agora abriram a porta de uma vez”, observa.
Ainda assim, ele ressalta que seu foco continuará sendo o índice futuro. “Meu custo de oportunidade de ir para outro ativo nessa altura é relativamente alto. Existe uma coisa de especialização aqui”, avalia.
Especialização ou variedade?
A conversa entre os dois operadores expôs visões complementares.
Enquanto Mograbi defende a profundidade de atuação em um único ativo, Azevedo argumenta a favor de mais variedade no portfólio, especialmente em períodos de baixa volatilidade.
“Quando a B3 começa a trazer esses ativos, isso faz com que a gente fique menos refém sobre o ciclo de mercado. Um índice pode estar mais lateralizado, e a gente busca oportunidades em outro ativo”, explica.
Essa diferença de perfil — especialista versus generalista — é um dos dilemas enfrentados por traders em diferentes estágios da jornada.
Para Mograbi, que já construiu sua consistência no índice futuro, migrar para outros ativos implicaria começar uma nova curva de aprendizado.
Azevedo, por outro lado, vê a multiplicidade de ativos como forma de adaptação dinâmica ao mercado.
Além da diversificação, os entrevistados destacaram que o bom desempenho não depende exclusivamente do ativo operado, mas da forma como o operador compreende e adapta sua leitura ao comportamento do ativo.
“Eu tenho um operacional que ele é universal. Teve uma fase que eu operava muito mais dólar, só que eu optei pelo índice já exatamente por ser mais barato para o pessoal que está chegando”, afirmou Azevedo.
Ele também observou que os padrões técnicos costumam se repetir. “A análise gráfica é tão arte que é incrível você ver que qualquer ativo se respeita da mesma forma. Se eu estiver vendo o Bitcoin ou estiver vendo o índice, é o mesmo comportamento”, avalia.
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Atenção com a liquidez
A liquidez foi apontada como um fator técnico essencial para a viabilidade de operação em qualquer ativo.
“Tecnicamente falando, para que um ativo seja operável, eu acho que talvez a questão principal seja liquidez. Você precisa ter porta de saída e ter porta de entrada para o ativo que você está operando, de preferência a qualquer momento”, observa Mograbi.
Ele ressalta que essa fluidez nas ordens — tanto na entrada quanto na saída — é indispensável para estratégias de curto prazo e destaca que a B3 busca mitigar essa limitação com o uso de formadores de mercado.
Para os traders, mais ativos significam mais escolhas — mas também mais responsabilidade no manejo técnico e psicológico.
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