O Fim da Agilidade ou um Novo Começo?

Após escândalo de lavagem de dinheiro, Banco Central e Receita Federal apertam o cerco sobre os bancos digitais. Entenda o que muda e como isso redefine o futuro da inovação financeira no Brasil.

Sueryson Maranhão
Especialista de Marca, copywriter, redator, com passagens como coordenador de marketing digital focado em conteúdo, responsável pela comunicação de grandes players do mercado financeiro. Atualmente, Copywriter...
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Um escândalo financeiro, batizado de Operação Carbono Oculto, acendeu um alerta máximo no mercado: o PCC, uma das maiores organizações criminosas do país, estava utilizando fintechs e fundos de investimento para lavar dinheiro. O caso não apenas chocou o Brasil, mas escancarou a urgência de um controle mais rigoroso sobre os bancos digitais, forçando uma reação imediata do Banco Central (BC) e da Receita Federal.

Desde então, um novo cenário regulatório começou a ser desenhado. Mas a grande questão que paira no ar é: essas novas regras são um freio para a inovação ou um filtro necessário para a maturidade do setor?

 

Para blindar o ecossistema contra atividades ilícitas, três mudanças principais foram implementadas:

  1. Reporte Obrigatório: As fintechs agora são obrigadas a enviar dados de seus clientes (como movimentações via Pix, TED, cartões e abertura de contas) para a Receita Federal através do sistema e-Financeira, uma exigência antes restrita aos bancos tradicionais.
  2. Prazo Encurtado: O prazo para que instituições de pagamento não autorizadas solicitem sua licença de funcionamento ao BC foi drasticamente antecipado, passando de 2029 para maio de 2026.
  3. Limite para Transações: Foi estabelecido um teto de R$ 15 mil para operações de TED e Pix em certas instituições de pagamento que não possuem autorização direta do BC ou que operam por meio de prestadores de serviços de tecnologia (PSTIs).

Embora a nova obrigação de reporte não crie impostos, ela traz um impacto financeiro indireto. Daniela Froener, sócia do Silva Lopes Advogados, explica que a medida eleva os custos de compliance. “Isso vai exigir que as fintechs tenham um nível de registro muito maior, o que pode ampliar o custo de armazenamento em nuvem, por exemplo, além de desenvolvimento interno de sistemas e talvez ampliar o time de TI”, afirma.

 

Se por um lado há um aumento de custos, por outro, os especialistas do setor veem o movimento como um fortalecimento do ecossistema. Para Rodrigo Melgar, CTO da Swap, a regulação não é um obstáculo, mas um selo de qualidade.

“Eu avalio isso com bons olhos. É muito importante a gente conseguir separar o joio do trigo nesse sentido”, argumenta Melgar. Ele acredita que as regras atrairão players mais sérios e preparados. “Temos que entender que mover dinheiro dentro da rede bancária do país é coisa séria, e é papo de quem está preparado”, complementa.

Paulo Barros, diretor de GRC do Efí Bank, pondera que o limite de R$ 15 mil terá um impacto controlado, afetando apenas 0,03% das instituições, segundo o BC. No entanto, ele reconhece que os prazos curtos para adequação são uma resposta direta aos recentes ataques e vulnerabilidades exploradas por criminosos.

No fim, o consenso é que o cerco regulatório não veio para matar a agilidade das fintechs, mas para garantir que a inovação caminhe ao lado da segurança e da responsabilidade. É um passo fundamental que profissionaliza o mercado, protege os consumidores e solidifica as bases para um crescimento mais robusto e sustentável da nova economia digital.

 

Especialista de Marca, copywriter, redator, com passagens como coordenador de marketing digital focado em conteúdo, responsável pela comunicação de grandes players do mercado financeiro. Atualmente, Copywriter Sênior e Branded Specialist na *Clikr. | Tecnologia*. Especialista em modernização para gestão pública, palestrante e criador de conteúdos multicanal sobre transformação digital, tecnologias disruptivas, ecossistema tech, cidades inteligentes, negócios e startups. Graduado em Engenharia de Software e Sistemas lógicos. Especialista em Assessoria de Comunicação e Marketing, Gestão e Docência na Educação a Distância, Docência do Ensino Superior e graduado em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo. Editor-Chefe e Autor do Portal de Notícias "O CAMPINENSE".
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