Lembra daquela explosão de euforia, há pouco mais de um ano, quando a Inteligência Artificial generativa invadiu nosso cotidiano? Ferramentas como o ChatGPT pareciam a fronteira final, uma revolução que mudaria para sempre a forma como buscamos informação e consumimos conteúdo. A promessa era clara: um salto quântico na geração de tráfego e uma nova era para a internet. No entanto, os números mais recentes começam a pintar um quadro diferente, mais sóbrio e talvez mais realista.
Um estudo aprofundado da Similarweb, divulgado pela Conversion, revela que o impacto da IA no tráfego de sites no Brasil, embora existente, é modesto. Atualmente, as ferramentas de Inteligência Artificial respondem por apenas 0,5% de todo o tráfego de referência – aquele que vem de um clique em outra plataforma. Mais do que isso, o crescimento que antes era exponencial, agora dá sinais claros de estagnação.
O pico de referências vindas de IAs no Brasil ocorreu em maio deste ano, alcançando 0,55%. Desde então, o índice oscila, mas não decola. Em agosto, por exemplo, o número caiu para 0,47%, um sinal de que a “febre da IA” pode estar arrefecendo, ou pelo menos, entrando em uma fase de acomodação.
Não é surpresa que o ChatGPT, da OpenAI, seja o colosso dominante neste cenário, abocanhando impressionantes 92,6% de todo o tráfego de referência gerado por IAs no país. Contudo, a competição está viva. O Perplexity AI, com seu foco em precisão e fontes, surge como um concorrente notável, responsável por 3,7% do tráfego. Ferramentas como o Notion AI e o Gemini (anteriormente Bard), do Google, também marcam sua presença, mostrando que o ecossistema de IA é diverso e a batalha pela preferência do usuário está longe de terminar.
Essa estagnação não deve ser vista como um fracasso da tecnologia, mas sim como um amadurecimento do mercado. A fase de curiosidade desenfreada, onde todos testavam as ferramentas por novidade, está dando lugar a um uso mais consciente e intencional. Os profissionais e usuários estão aprendendo como e quando a IA é realmente útil, integrando-a em seus fluxos de trabalho de maneira mais específica, e não como uma porta de entrada genérica para a web.
Para criadores de conteúdo e estrategistas de SEO, o recado é claro: a Inteligência Artificial é uma aliada poderosa na criação e otimização, mas não é (pelo menos por enquanto) a principal ponte entre o seu site e o público. A base do Marketing Digital, com foco em conteúdo de qualidade, experiência do usuário e estratégias de busca orgânica, continua sendo a espinha dorsal para o sucesso.
O futuro do tráfego via IA ainda é incerto. Será que veremos uma nova onda de crescimento com a evolução das ferramentas, ou estamos diante do “novo normal”? Uma coisa é certa: o mercado está de olho, e quem souber interpretar esses sinais sairá na frente.