Aprenda investir em renda fixa e entenda qual título rende mais!
Tipos de rendimento da LCI e LCA
As LCIs e as LCAs oferecem três principais tipos de rendimento, cada um com características próprias. São eles:
- Pós-fixado: acompanha o CDI, sendo mais comum nas LCAs de curto prazo. “É o modelo mais utilizado nessas emissões. A rentabilidade gira em torno de 90% a 93% do CDI”, explica Sanches.
- Prefixado: oferece uma taxa fixa de retorno desde o início da aplicação, ideal para quem quer previsibilidade.
- Híbrido (IPCA+): combina uma parte fixa com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), protegendo o investidor contra a inflação. “Esses títulos são muito interessantes no longo prazo, porque garantem ganho real”, diz o analista.
O que influencia o rendimento das LCIs e LCAs?
Mas vale saber que o rendimento das LCIs e das LCAs depende de uma combinação de fatores que vão além do tipo de indexador escolhido (pós, pré ou IPCA+). As expectativas para a taxa Selic, o apetite dos investidores e o nível de risco do emissor estão entre os principais determinantes.
As taxas oferecidas pelos bancos seguem de perto o comportamento da curva de juros futura, que é uma projeção feita pelo mercado sobre como a Selic deve se comportar nos próximos meses e anos.
Portanto, quando essa curva indica juros mais altos no futuro, os emissores precisam pagar rendimentos maiores para atrair investidores, especialmente nos papéis prefixados e IPCA+. Já se o mercado espera queda da Selic, as taxas oferecidas tendem a recuar.
Outro fator importante é a demanda por papéis isentos de IR. Quando cresce o interesse dos investidores por LCI e LCA – como ocorreu recentemente após tramitação de projeto no Congresso, que não foi aprovado, sobre o fim da isenção –, os bancos podem reduzir o spread, que é a diferença entre o que é pago ao investidor e o que é cobrado nas operações de crédito lastreadas nesses títulos. Com spreads menores, as novas emissões acabam oferecendo retornos mais baixos.
Por fim, o risco de crédito também pesa na formação da taxa. “Quanto mais sólida for a instituição financeira, menor tende a ser o rendimento, já que o investidor aceita um retorno menor em troca de mais segurança”, explica Sanches.
“Essas variações mostram como o cenário de juros, o comportamento da demanda e o perfil do emissor determinam as taxas disponíveis no mercado.”
Como verificar o rendimento exato
Uma dúvida comum entre investidores é como comparar o retorno das LCIs e LCAs, já que elas são isentas de Imposto de Renda, e assim saber o rendimento exato desses investimentos. Para isso, Sanches recomenda o uso do conceito de “Gross Up”.
“O Gross Up mostra quanto seria o rendimento de um título isento se houvesse cobrança de imposto. Ele ajuda a comparar uma LCI com um CDB, por exemplo, de forma justa”, esclarece.
Em outras palavras, ao calcular o rendimento equivalente com imposto, o investidor consegue entender se o retorno líquido da LCI ou LCA realmente supera o de outros produtos.
De forma prática, o cálculo de Gross Up funciona assim: Rentabilidade equivalente = rendimento líquido ÷ (1 – alíquota de IR).
Por exemplo, se uma LCI rende 94% do CDI e a alíquota de IR sobre um CDB de prazo semelhante seja de 15%, o cálculo fica: 0,94 ÷ (1 – 0,15) = 1,1059. Ou seja, o equivalente a 110,6% do CDI. Em outras palavras, essa LCI isenta de IR “equivale” a um CDB que rendesse 110,6% do CDI.
Vantagens de investir em LCI e LCA
Entre os principais benefícios da LCI e da LCA, destacam-se:
- Isenção de Imposto de Renda para pessoa física, o que aumenta o rendimento líquido;
- Cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) até R$ 250 mil por CPF e instituição;
- Baixo risco de crédito, por serem títulos lastreados em setores com garantias reais;
- Diversificação de carteira, com exposição aos setores imobiliário e do agronegócio.
“Esses títulos oferecem uma combinação de segurança e rentabilidade líquida difícil de encontrar em outros produtos de renda fixa, principalmente para quem busca previsibilidade”
Desvantagens de investir em LCI e LCA
Apesar das vantagens, é importante observar que LCIs e LCAs não são produtos indicados para todos os perfis ou objetivos. A principal limitação é a liquidez.
Afinal de contas, na maior parte das emissões, o dinheiro só pode ser resgatado no vencimento. “Muitos investidores acabam se esquecendo de verificar o prazo de carência e depois percebem que não conseguem acessar os recursos antes do tempo”, alerta Sanches.
O especialista explica que alguns bancos oferecem versões com liquidez diária, mas normalmente com taxas menores. “Quem abre mão de liquidez, tende a conseguir uma remuneração mais atrativa”, comenta.
Outro ponto de atenção é a variação de taxas entre emissores. Como os rendimentos são definidos pelos próprios bancos, pode haver diferenças significativas entre instituições. E nem sempre a taxa mais alta significa o melhor investimento. É preciso avaliar o risco de crédito, o prazo e o lastro da operação.
Por fim, Sanches lembra que a isenção de imposto é um benefício atual, mas que o mercado já debate a possibilidade de mudança nas regras.
“Caso a tributação venha a ser alterada no futuro, as novas emissões precisarão oferecer taxas maiores para compensar. Por isso, quem investe agora aproveita um cenário ainda favorável”
Como escolher uma boa LCI ou LCA
Ao investir, o primeiro passo é definir seus objetivos e prazos. Se a meta é de curto prazo, LCAs pós-fixadas podem ser mais adequadas. Já para horizontes mais longos, as IPCA+ e prefixadas ganham atratividade.
Sanches destaca três pontos essenciais:
- Comparar rentabilidade bruta e líquida, usando o Gross Up.
- Avaliar o risco de crédito e o lastro da operação (imobiliário ou agro).
- Verificar a cobertura do FGC, garantindo proteção em caso de imprevistos.
“É importante monitorar se o valor aplicado e os rendimentos futuros não ultrapassam o limite de R$ 250 mil por instituição. Isso evita concentração de risco”, explica o analista.
Como investir melhor em renda fixa
Para quem busca investir melhor em LCI e LCA, e em renda fixa de forma geral, Sanches reforça a importância da diversificação.
“Evite concentrar investimentos em um único emissor ou setor. Se você tem papéis de empresas do agronegócio, por exemplo, busque também exposições em outros segmentos”
Outros pontos-chave para investir melhor em renda fixa são:
- Alinhe o prazo da aplicação com seus objetivos financeiros para não precisar resgatar antes do vencimento;
- Acompanhe o cenário de juros e inflação, pois eles impactam diretamente as taxas oferecidas nas novas emissões;
- Considere a duration do título, ou seja, o tempo médio para receber o investimento de volta;
- Compare sempre o risco e o retorno entre as alternativas, especialmente quando o emissor não é soberano, como no Tesouro Direto.
“Entender o cenário e o comportamento da curva de juros ajuda o investidor a escolher o melhor indexador (prefixado, pós-fixado ou IPCA+) de acordo com o momento econômico”, conclui Sanches.
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