Simulação em detalhes
Para fazer a simulação, o especialista considerou uma carteira composta por sete companhias tidas como boas pagadoras de proventos e recomendadas por especialistas.
Juntas, essas empresas têm dividend yield (DY, taxa de retorno com dividendos) estimados que variam de 4,8% a 20% ao ano, o que resultaria em um DY médio de 9% bruto e 7,2% líquido (considerando custos e taxas operacionais).
Empresas e DY:
Empresas | DY estimado (últimos 12 messes) |
Cemig (CMIG4) | 20,7 % |
Petrobras (PETR4) | 14,7 % |
Banco do Brasil (BBAS3) | 8,9 % |
Copel (CPLE6) | 8,8 % |
Itaú Unibanco (ITUB4) | 8,5 % |
Caixa Seguridade (CXSE3) | 8,0 % |
Vivo (VIVT3) | 4,8 % |
Média ponderada bruta | 9% |
Média ponderada líquida | 7,2% |
“A meta de R$ 5.000/mês equivale a R$ 60.000 por ano. Considerando um yield líquido médio esperado de cerca de 7,2 % ao ano, o retorno mensal implícito seria de aproximadamente 0,6 % sobre o capital investido”, falou o especialistas.
A simulação parte do pressuposto de que os dividendos são utilizados integralmente como renda, sem reinvestimento. Se os valores fossem reaplicados, o patrimônio poderia crescer ao longo do tempo, elevando a renda futura.
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Riscos
Apesar de atrativa, a estratégia carrega riscos relevantes, segundo o especialista:
- Corte nos dividendos: companhias podem reduzir ou suspender pagamentos em períodos de crise ou para financiar novos investimentos.
- Desvalorização do capital: mesmo com dividendos, o preço das ações pode cair, diminuindo o patrimônio do investidor.
- Concentração setorial: grande parte dos maiores pagadores de proventos atua em setores regulados, como bancos e energia, sujeitos a mudanças políticas.
- Sustentabilidade dos yields: taxas muito elevadas podem refletir fatores extraordinários, sem garantia de continuidade no longo prazo.
- Inflação: se a renda de dividendos não acompanhar a alta do custo de vida, o poder de compra diminui ao longo do tempo.
Estratégia é a mais indicada?
Camargo Neto avalia que, embora seja viável, depender exclusivamente de dividendos pode não ser a alternativa mais eficiente para o investidor. Primeiro porque não há garantia.
“Embora uma carteira diversificada possa oferecer previsibilidade, os dividendos variam conforme o lucro de cada empresa e o cenário econômico. Para manter o objetivo, é essencial revisão periódica da carteira e disciplina de alocação”.
Ele falou também que, em muitos casos, o investidor recebe em conta um valor que já era dele, apenas redistribuído. Para manter a posição, explicou, precisa recomprar o ativo, o que gera custos e pode reduzir eficiência.
Pessoalmente, falou, considera interessante investir em ETFs (fundos de índice) ou fundos que reúnem empresas pagadoras de dividendos, pois trazem diversificação e gestão profissional.
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