A paralisação orçamentária dos Estados Unidos pode levar a demissões de 80% dos funcionários que gerenciam o arsenal nuclear do país, alertou o presidente do Comitê de Serviços Armados da Câmara de Representantes nesta sexta-feira (17).
“A Administração Nacional de Segurança Nuclear, grupo que opera e gerencia o nosso arsenal nuclear, está prestes a ficar sem os fundos de reserva que vem usando”, disse aos jornalistas o congressista republicano Mike Rogers, em alusão a um relatório ao qual teve acesso.
Isso significa que “terão que demitir 80% de seus funcionários”, acrescentou Rogers, sem detalhar se ele se referia a licenças temporárias forçadas durante a paralisação de serviços públicos ou a demissões permanentes.
“Esses não são os funcionários que deveriam ser demitidos. Eles precisam estar em seus postos de trabalho e receber seus salários”, acrescentou.
O fechamento parcial do governo americano caminha para sua terceira semana sem sinais de resolução, devido às profundas diferenças entre republicanos e democratas no Congresso.
A Câmara de Representantes sob controle republicano já aprovou uma prorrogação dos gastos orçamentários, teoricamente até o final de novembro, mas no Senado os republicanos precisam de pelo menos cinco democratas para alcançar a maioria qualificada necessária (60 de 100 cadeiras).
Os democratas querem iniciar já as negociações sobre os gastos com a saúde e outros aspectos dos cortes que o governo de Donald Trump impôs às finanças públicas.
Os republicanos insistem que primeiro é necessário aprovar esta prorrogação dos gastos, que não contém nenhum corte nem acréscimo, antes de iniciar as discussões de fundo.
O recurso às “resoluções contínuas”, como é conhecido na gíria legislativa para este tipo de extensões orçamentárias, é recorrente há anos no Congresso dos Estados Unidos.
Nas últimas 13 votações, durante o governo do democrata Joe Biden e no início do governo Trump, houve um acordo in extremis e essas resoluções foram aprovadas.
O recorde de uma paralisação administrativa ocorreu durante o primeiro mandato de Trump e durou 34 dias.
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